domingo, 8 de julho de 2012

Legisladores Submissos


O Legislativo nasceu
Para ser o principal poder,
Isso lá no iluminismo
Hoje o que é que a gente vê?

Uma porção de lagartixas,
Submissos de dar nojo,
Que em sua imensa maioria,
Votam pra prejudicar o povo.

Seria a participação,
Popular e coletiva,
Para combater os abusos
Da prática absolutista.

Não se impõe enquanto poder,
São simples reprodutores!
Dos descasos do executivo,
São eternos apoiadores!

Neste jogo de cartas marcadas,
De acordos e conchavos,
Ter a maioria na Câmara implica dizer
Que tudo está dominado.

Estou mentindo vereadores?
Diga lá, ô deputados?
Queiram parar de ser omissos,
Respeite o povo, e seus mandatos.

Na Câmara de Vereadores
Do meu amável município,
Assim como na Assembleia Legislativa,
Tudo segue o mesmo escrito.

Tem que rezar na Cartilha,
Não mijar fora do caco.
Se dizem bancada situacionista,
Submissos, desgraçados!

Parasitas do palácio,
Vermes e dissimulados,
Rifam a mãe se for o caso,
Para garantir um novo mandato.

Caras cínicas, fascistas,
Que dizem uma coisa e fazem o contrário.
Gostaria de lembrá-los,
Nem todo mundo é otário.

Tanta luta para construir
Nosso Plano de Carreira,
Anos de esforço e estudo
Foram jogados na lixeira.

Valorizar Educação
Nunca foi prioridade...
Isso só lá no Palanque,
Conservadorismo covarde.

“É melhor pagar bem a um professor
Do que a um general...”
Disse um libertador mexicano,
Mas no Brasil, isso faz mal!

A ideia é manter o povo na ignorância
Para nem saber cobrar direitos.
Sinistra prática nefasta,
Golpe baixo, mas perfeito.

“Professor representa perigo,
É formador de opinião!
Se dermos um bom salário,
Fará a transformação”

Assim falava um velho político,
Num desses papos de quiosque.
Quando soube que eu era professor
Olhou pra mim e disse: “Coitado, pobre!”

São acordos feitos em gabinetes,
Alegando a tal governabilidade.
O que se vê na essência
É uma tremenda falta de caráter.

Na galeria da Assembleia,
E das Câmaras Municipais:
Silêncio, Tensão, Revolta e Choro,
Em cenas e cores tristes e banais.

Mas, igualmente a semente
Que morre para florescer,
A Luta não para aqui.
Haveremos de vencer!


Autor: Antônio Dantas Santos
Professor da Rede Municipal de Itabaiana-SE.
Poema publicado na Revista Paulo Freire
Edição de Julho/2012.

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