quinta-feira, 10 de julho de 2014

A GREVE DOS PROFESSORES DE CARIRA (1ª parte) Maio de 2014.


Maio de dois mil e quatorze
Exato dia vinte e seis
O nosso professorado
Paralizaram de vez
Todos cruzaram os braços
Reunidos passo a passo
Falando que Prefeito fez.

O prefeito atual
Um tremendo mentiroso
Assumiu um compromisso
De um modo tão meloso
Que o SINTESE exclamou
Acredito no Senhor
Porque está tão cioso.

Mas logo retrocedeu
Dizendo: Tenho um Projeto
Que enviarei à Câmara
E edito um Decreto
Pouco estou me importando
Professor e educandos
Precisam ficar quietos.

Com sua Assessoria
Negociar não há jeito
É assim desta maneira
Que age esse Prefeito
Educação é estorvo
Não dá “ligança” ao povo
Leva na pança e no peito.

Por rádio chamou alunos
Pra quem ensinar Prefeito?
Resolva nosso problema
Pague ao Professor direito
Piso é Lei Nacional
Assim como a Lei Fiscal
Negociando tem jeito.

O SINTESE te aguarda
Para a negociação
Ponha as cartas na mesa
Acabe com seu sermão
Que não dispõe de dinheiro
Deixa de ser presepeiro
Valorize a Educação.

Assessoria fajuta
Não Pensa Educação
Visa somente o dinheiro
Que ganha na armação
Que faz pra cada Prefeito
Tirando todo direito
Que conquista o cidadão.

Trabalha com retrocesso
Com novas Leis revogando
As Leis ora existentes
Com as Carreiras acabando
Edis são peças centrais
Para em votações reais
Obedecerem ao comando.

Professores foram às ruas
Cantando uma Ladainha
Informando todo povo
Prefeito com a sua “picuinha”
Eu já tenho um Projeto
Professor meu desafeto
Essa cidade é minha.

Em dias diversificados
Foram feitos buzinaços
Em todas as passeatas
Existiram apitaços
E também à luz de velas
Ruas como passarelas
Entre casebres ou paços.

Foram palavras de ordem:
“Nosso Piso é um Direito”
Queremos negociar
Com o Senhor esse pleito
Se hoje estamos nas ruas
A culpa é toda tua
Infelizmente, Prefeito.

Foi durante nove dias
Secretaria ocupada
A tal de Educação
Que tá bem localizada
Numa rua principal
Nosso “quartel general”
Muito bem organizada.

Vamos voltar no tempo
A um Concurso passado
No ano dois mil e cinco
Excesso de convocados
Pulou-se colocação
E por solicitação
Outros eram nomeados.

Foram quinze no total
Que então Prefeito pulou
Pra suas colocações
Outras pessoas chamou
Aqueles foram a Justiça
Resolver essa “carniça”
Que fez aquele Gestor.

Inchada a Educação
E queria demitir
E já contava nos dedos
Os que tinham que sair
Falou com o Promotor
Que logo lhe informou
Como devia agir.

Comece pelos CCs
Que o Senhor colocou
Baixe gratificação
Que o Senhor aumentou
Faça a sua limpeza
Ponha as cartas na mesa
Assim que ele falou.

Agora durante a greve
Aparece o terror
Fala que vai demitir
O pobre do professor
Fala em contratação
Para a Educação
Sem juízo de valor.

Os alunos e seus pais
Pasmam da situação
Procurando entender
Quem está com a razão
Se prefeito que votaram
E nele acreditaram
Ou mestres da Educação.

Sabe-se que querem ver
Os seus filhos educados
Que não pagar valor justo
É um tremendo pecado
Dizem os mestres têm direito
Pague o que deve prefeito
Deixa de ser enrolado.

Todo tipo de artimanhas
Neste momento se usa
O que está acontecendo
Ao Sindicato acusa
Aparato do Estado
Também é utilizado
E das Leis à força abusa.

Nunca se viu uma greve
Ser decretada legal
Não se resolve o problema
De uma forma leal
Se procura os culpados
Mais fracos são os errados
É onde se quebra o pau.

São tantas as reuniões
Até parece “terreiro”
São diversas Assembleias
Desses mestres mui ordeiros
Gestor e secretariado
Dizem aos pobres coitados
Calma: não tem dinheiro.

Dia primeiro de julho
Salários foram cortados
Vinte dias dos proventos
Do nosso professorado
Foram famílias inteiras
Ficaram sem fazer feira
Êta! prefeito danado.

Aí nós vimos de tudo
Mães e filhos chorando
Os pais buscando saídas
Empréstimos foram tomando
Os bancos desconfiados
Davam dinheiro emprestado
Os juros exorbitando.

Porém um paliativo
O SINTESE ofereceu
Ao professor de Carira
Cesta básica forneceu
Debaixo do Pau Brasil
Povo de Carira viu
Que o professor recebeu.

Nas escolas continuam
Suas aulas ministrando
Mesmo sabendo que o gestor
Tá pouco se importando
Com a nossa Educação
Nem com a população
Que apoio vem nos dando.

Precisamos de Justiça
Proclama o professor
Lei do Piso é Federal
Julguem isto por favor
E a verba destinada
Onde é que foi gastada
Pelo atual gestor?

Prefeito sem compromisso
Com esta população
Está sendo um desastre
Esta atual gestão
Isto em todos setores
Ocorreu tantos horrores
É um gerir sem razão.

Mate o homem de vergonha
Ou vicie o cidadão
Já dizia mestre Gonzaga
Em sua famosa canção
Professor vive de esmola
Prefeito seu couro esfola
E mata a Educação.

O que está crescendo?
Cadê a reconstrução?
Onde está seu trabalho
Junto à Educação?
O que vais reconstruir?
Se o que fazes é destruir
Anseios da população.

Senhores vereadores
Vocês são nossos fiscais
Fiscalize o executivo
Cada dia mais e mais
Sejam a voz desse povo
Não deixe acabar de novo
Com os nossos ideais.

Riam dessa desgraça
Botem fé em quem merece
Isso está acontecendo
Somente o povo padece
Pois o atual gestor
Ousado e usurpador
Sofre povo, sofrem mestres.


 Raimundo Bispo

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