segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ESPECTRO


Autor: Evanilson Tavares de França
Professor da Rede Estadual de Sergipe

  

No último alvorecer,
Vesti-me de chapéu de palha
E parti em busca de mim.
Encontrei-me José Unaldo de Almeida –
Poeta de bares,
Entendedor de fêmeas
(Seus gozos e sussurros,
Sofrimentos e degredos).

Encontrei-me Gibran Khalil Gibran
Cavalgando Temporais,
Navegando no dorso de ventos
Que vão... Que voltam.

Encontrei-me Jenisson Oliveira Conceição
Profetizando de Jaleco
Destinos meus/seus não escritos,
Senão em passos desenhados em areias que bailam.

Encontrei-me Richard Bach
Lopeando universos paralelos,
Reconhecendo-me em perfis de espelhos de aquis e agoras.

Encontrei-me Exupéry
Em metáforas que velam, revelam, desvelam
O que poderia ser, e fui (?)
Não fui (?)

Encontrei-me Jailde dos Passos Professor
Crédulo de brisas, pássaros e homens (fluidos).
Guevareando sortes, nortes e mortes,
Construindo-me estrada:
Caminho para caminhantes.

Descobri Marcelo Déda Chagas
Recriando dizeres e fazeres,
Conforme a plateia. Consoante meus voos.
Desmontando tons, sons, dons e chãos.
Grau!
         Degrau!
                    Degradação!

Descobri-me Marcinha
Laborando sonhos e planos.
Pedra de pétalas.
Flor granítica.

Encontrei-me eles, elas!
Todos, tudo!
Único, muitos!
Só, multidão!

Amei-me Soraya, Tainã, Luara –
Completei-me nelas.
Nelas não me vi.

Por sob o chapéu,
Não me divisei
Não me encontrei:
Encontrei-lhes-me,
Encontrei-me-nos.

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